Desde muito cedo comecei a desenhar e sempre me interessei pelo desenvolvimento dos diferentes ramos da arte. Mas a intervenção na rua e a agressão visual marcaram-me na vida ao ver obras de artistas anónimos que repetidamente usavam a cidade como galeria para provocar questões, às quais não estavam interessados em responder, apenas para provocar interrogações, dúvidas e até comoção com as obras que deixavam na parede, deixando que o tempo as destruísse gradualmente. Dúvidas que mais tarde me levaram a recontextualizar a forma como iria conduzir a minha vida, o meu trabalho e a forma como me iria relacionar com o resto do mundo. Este trabalho tem sido um ofício que é também o meu hobby e a forma mais objetiva que encontrei para uma verdadeira "liberdade de expressão". Espero que este trabalho inspire e/ou motive outras pessoas a continuar com o exercício do grafismo urbano e da crítica social. Sem crítica, só há conformismo.