A presente tese procura refletir sobre o dinheiro como elemento de mediação na relação com o sagrado, na experiência religiosa neopentecostal. A referência empírica escolhida para este estudo é a Igreja Internacional da Graça de Deus. A compreensão do dinheiro como questão sociológica não pretende reduzir-se a uma crítica do mercado e ao utilitarismo diante do fato de que o dinheiro é uma peça central na expressão da fé daqueles que participam desse grupo religioso. O dinheiro, no uso que dele se faz no espaço do culto, indica uma produção social ou uma espécie de reinvenção do social comunitário. Esse aspecto sociológico é eixo norteador da análise que faremos a seguir e, para tanto, é preciso tratar o dinheiro para além de um equivalente geral, é preciso tratá-lo como símbolo. Para isso, a reflexão trilha seus caminhos à luz do sistema da dádiva. O referido caminho nos leva a afirmar que certo movimento utilitarista, trazido pela onda capitalista do mundo moderno, produziu o deslocamento das coisas dadas para aquelas que são guardadas, conservadas para si.